O primeiro caso de um hinário com música nas Assembleias de Deus ocorreu em 1929, em Belém do Pará, quando os pastores Samuel Nyström e Julião Silva publicaram naquela cidade uma edição da Harpa Cristã só com música. Nesta edição vinham apenas os títulos dos hinos, por não lhes ter sido possível imprimir letra e música, por causa dos poucos recursos técnicos de impressão na época. A gráfica impressora foi a do jornal Boa Semente, que precedeu o Mensageiro da Paz, a qual funcionava na Travessa 9 de Janeiro 75.
Em 1932 foi lançado no Rio de Janeiro o Livro de Música da Harpa Cristã, mimeografado, contendo a música de 400 hinos. Nessa época, a Harpa Cristã sem música estava na sua 4ª edição.
Em 1937, a Convenção Geral das Assembleias de Deus, reunida em São Paulo, convocou uma comissão para editar e imprimir a Harpa Cristã com música por iniciativa do missionário sueco Nils Kastberg. Desta comissão faziam parte: Emílio Conde, Samuel Nyström, Paulo Leivas Macalão, Jahn Sörheim e Nils Kastberg. Neste empreendimento, também tomou parte ativa o Dr. Carlos Brito.
Enquanto a comissão instituída pela CGADB começava o seu trabalho em 1937, a 6ª edição do hinário se esgotou devido a muitos pedidos de todas as partes do país. A solução, segundo informou o missionário Nils Kastberg no prefácio, foi lançar a 7ª edição sem alteração, mantendo a quantidade de 512 hinos de edições anteriores, aguardando para mais tarde uma edição melhorada, impressa juntamente com a música. O trabalho de elaborar a primeira Harpa Cristã impressa com música notabilizou-se pela participação do pastor Paulo Leivas Macalão e pela nova quantidade de hinos que perdurou por mais de 50 anos.
Numa nota publicada no jornal Mensageiro da Paz de julho de 1939, p. 2, 1ª quinzena, pastor Paulo Macalão informou como foram os primeiros anos de trabalho: “tem sido demorado, por achar-me sozinho, na correção da letra e música dos hinos”. No entanto, se mostrou agradecido a Deus e ao povo assembleiano pela nobre missão confiada a ele: “É um serviço glorioso que Deus me proporcionou, mas que para concluí-lo, necessito das orações de todos os que amam a causa de Cristo, em virtude de ser grande a responsabilidade que me pesa: sinto-me, às vezes, bastante atarefado; creio, porém, que se todos os irmãos orarem neste sentido, Deus me ajudará, em breve, a terminar o nosso hinário, que servirá para atrair muitos pecadores aos pés de Cristo”.
Em novembro de 1939, aumentara a quantidade de pedidos de harpas, o Dr. Carlos Brito e o missionário Samuel Nyström, respectivamente, diretor-gerente e redator do Mensageiro da Paz, mandaram imprimir uma harpa sem música com os primeiros 300 hinos que já estavam prontos para a futura harpa com música. Esta edição antecipada foi classificada como “8ª Edição Reformada” da Harpa Cristã.
Finalmente, em janeiro de 1941, foi publicada a 1ª Edição com Música Impressa da Harpa Cristã, como propriedade da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Era a primeira edição da Harpa Cristã com os tradicionais 524 hinos. Esta edição foi impressa quando a CPAD havia completado um ano de fundação e ainda funcionava nas dependências da Assembleia de Deus de São Cristóvão (Rio de Janeiro). Como a CPAD ainda não possui sua própria gráfica, a tiragem foi feita na gráfica da Imprensa Metodista.
A revisão dos primeiros hinos foi feita pelo missionário e músico norueguês Jahn Sörheim. O jornalista e escritor Emílio Conde auxiliou na correção de alguns hinos. Professor Antonio F. Farias fez a harmonização de algumas músicas. Em seu prefácio, pastor Paulo Macalão agradeceu a Deus pelo auxílio nos anos de árduo trabalho com “lutas e angustias, quando, sozinho, tinha que resolver sobre a escolha, correção de hinos e a colocação das letras em suas respectivas músicas”.
Fontes:
ARAUJO, Isael de. Dicionário do movimento pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 2007, 1ª edição, 154, 155, 341, 342, 496, 497 e 758.
Idem. 100 Acontecimentos que Marcaram a História das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro, CPAD, 2011, 1ª edição, p. 116 – 120, 179 – 182.
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